segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

saio de casa,
atravesso o enorme corredor do meu andar,
chamo o elevador,
espero pelo elevador,
digo um boa noite melancólico à vizinha do andar de cima que não se dignifica a responder,
chego ao zero, abro a porta para a vizinha do andar de cima sair sem que fizesse tal esforço,
de nada respondo eu,
nada, ela nem respondeu,
saio do prédio,
ando uns agradaveis metros,
olho para o meu reflexo na poça de água no meio do alcatrão,
chega o autocarro,
boa noite,
boa noite,
esboço um sorriso,
motorista simpático pensei para mais ninguem,
saio onde tenho que sair, apanho um comboio que ia a sair, sento-me no lugar de uma senhora que não conseguiu sair.
saio num apeadeiro,
olho bem para o que tenho na minha mão,
os promenores que foram desaparecendo voltaram todos a puseram-se em fila na linha deitados.
olho outra vez para o que tinha na mão,
levo o cano à fonte.
puxo.
promenores?
vida?
não,
apenas a recordação mais importante da minha vida estava dentro de mim,
7.65.

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