sábado, 6 de junho de 2009

De: Mim, Bairro do Alvito Para: Ti, Prédios ao pé do Tuareg de Telheiras

"Ouvi dizer que o nosso amor acabou. Pois eu não tive a noção do seu fim.
Pelo que eu já tentei, eu não vou vê-lo em mim: se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo, tudo foi para ti uma estúpida canção que só eu ouvi.
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora não vais achar nada bem que eu pague a conta em raiva! E pudesse eu pagar de outra forma.
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã, e eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas na pressa de chegar até nós, sem tirar das palavras seu cruel sentido. Sobre a razão estar cega: resta-me apenas uma razão, um dia vais ser tu e um homem como tu, como eu não fui.
Um dia vou-te ouvir dizer: e pudesse eu pagar de outra forma! Sei que um dia vais dizer: e pudesse eu pagar de outra forma!
A cidade está deserta, e alguém escreveu o teu nome em toda a parte: nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas. Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura!"

Com os melhores cumprimentos

João



P.S.: Teria sido deveras...digamos bonito, se eu tivesse efectivamente enviado isto pelo correio tradicional. Acho que teria um certo impacto em ti sabes? Pelo menos durante uns segundos. Uns segundos chegam-me bem.

P.S.2.: Foi (é?) possivelmente a panca mais iditoa e mal aproveitada da minha vida. Possivelmente não, de certeza.